Trump, Bolsonaro e Lula não resolvem: participação cidadã decide melhor que políticos tradicionais
Nem Trump, nem Bolsonaro, nem Lula. Se a política virou um jogo de poder, quem cuida do seu futuro? Tem saída. E ela começa menor do que você imagina.
Em Porto Alegre, conheci a dona Irene. Mãe solo, dois empregos. Ela não esperou um salvador. Entrou numa reunião de orçamento participativo. Falou da rua sem luz. Meses depois, os postes chegaram. Para ela, foi dignidade. Para o bairro, foi um lembrete: quando a gente decide, a cidade muda.
Isso não é teoria. É história. Nos anos 1990, Porto Alegre virou referência mundial ao abrir o orçamento para decisão popular. O modelo inspirou milhares de governos. Melhorou infraestrutura e deu voz às periferias. Com o tempo, perdeu força por falta de compromisso político. A lição é clara: participação funciona, mas precisa de vontade contínua.
Agora, a ciência tem um recado. Pesquisadores mostraram que grupos bem organizados e diversos criam uma inteligência coletiva. Não é só somar opiniões. É combinar perspectivas. Times com mais diversidade e participação equilibrada resolvem problemas melhor. Isso é poder distribuído.
E quando a gente abre a caixa-preta? No Brasil, auditorias públicas antes da eleição reduziram a reeleição de prefeitos corruptos. Transparência muda comportamento. Resultado: mais responsabilidade com nosso dinheiro. Isso é sistema que protege o cidadão.
Então, se nenhum líder quer governar de verdade, a resposta não é desistir. É trocar o sistema que concentra poder por um que espalha poder. Como? Com orçamento participativo com regra clara, assembleias cidadãs por sorteio para temas complexos e transparência radical em tempo real.
Você não precisa esperar Brasília. Começa no bairro. Procure se a sua cidade tem orçamento participativo. Se não tiver, junte pessoas e protocole um pedido na Câmara. Pergunte da próxima audiência pública. Peça os dados abertos do seu município. Publique um resumo no seu grupo de bairro. É assim que começa.
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No fim do dia, não é sobre trocar nomes no topo. É sobre trocar a lógica do topo. O mundo precisa de novos políticos, sim. Mas, principalmente, de novos sistemas que façam o pior líder causar menos dano e o cidadão comum causar mais impacto. A pergunta é: qual micro-ação você vai fazer nas próximas 24 horas para puxar essa mudança?
Fontes
World Resources Institute (2018). "Porto Alegre: Participatory Budgeting and the Challenge of Sustaining Transformative Change". https://www.wri.org/research/porto-alegre-participatory-budgeting-and-challenge-sustaining-transformative-change
Cambridge University Press (2014). "A Time of Closure? Participatory Budgeting in Porto Alegre, Brazil, after the Workers' Party Era". https://www.cambridge.org/core/journals/journal-of-latin-american-studies/article/time-of-closure-participatory-budgeting-in-porto-alegre-brazil-after-the-workers-party-era/44EC7210668F4E4CC82853961C5133E9
Science (2010). "Evidence for a collective intelligence factor in the performance of human groups". https://www.science.org/doi/10.1126/science.1193147
The Quarterly Journal of Economics (2008). "Exposing Corrupt Politicians: The Effects of Brazil's Publicly Released Audits on Electoral Outcomes". https://academic.oup.com/qje/article/123/2/703/1930861